Tirando de dentro...

Às vezes as pessoas nos machucam sem notarem, por pura incompreensão. E a gente tenta mudar o assunto, ou até de forma discreta dizer: "Poxa, não fala assim.", mas a pessoa continua batendo na mesma tecla, insistindo. Sempre me aceitei do jeito que sou, tento mudar quando uma crítica é dita de forma respeitosa e eu observo que realmente, o que me foi passado pode me fazer crescer, evoluir. Estou aberta a receber elogios, assim como aceitar os meus defeitos. Mas não me faz bem quando eu sinto que a pessoa não aceita, não me assume da forma que eu sou, fica a pôr "poréns". Não gosto de me sobrestimar, nem tampouco pôr-me para baixo, sou feliz demais, mas também possuo meus problemas, angústias, e os guardo interiormente, não consigo repassá-los, até porque, ninguém tem culpa pelo que é nosso, dos meus conflitos íntimos cuido eu, sem pedir ajuda, nem demonstrar fragilidade, sempre com um sorriso no rosto, que muito parece uma "cara de gente despreocupada", alguns acham. Eu sou adepta ao meu mundinho privado, secreto, que só eu posso ver, pensar, crer, tenho aquele prazer em ter minha liberdade de solidão, e isso, às vezes, faz parecer aos outros que eu "não tô nem aí", que sou displicente, quando na verdade, "eu tô aí" pra tudo, alerta, inquieta, me corroendo pra poder dar jeitos, modificar o que tá errado, o que me preocupa. Sempre optei pela subjetividade, em ser cautelosa com as minhas coisas, principalmente no que equivale aos meus planos, ao modo que estudo, que realizo aquilo que almejo. E de certa forma, não gosto que fiquem me perguntando como ajo, o que faço, o que quero. Só preciso que confiem, apoiem, e estejam ao meu lado, incentivando meus passos, e me alertando quando o que faço não está sendo feito da forma correta, pra mim isso tem um nome específico: companheirismo. E é disso que uma relação é construída. Quando você dá ao outro aquilo que ele precisa, e não o que você quer. É saber dar espaço pro outro ser o que ele é, sem julgamento inoportuno, sem críticas ínfimas, sem pronunciar coisas fúteis, apenas cuidando, zelando e amando a pessoa que está do seu lado. Será que é tão complicado entender? Quando a gente gosta, e quer, procuramos nos encaixar no outro, como uma peça de quebra-cabeças, dando aquilo que falta, completando aquilo que já têm. Isso sim é saudável, é bom.


(Bianca Nunes)

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