Tombos da vida

"Ralei muito os joelhos, os cotovelos, tirei tampões do dedão do pé, caí de esfregar a cara no chão, cada queda, uma pior do que a outra. Não me restaram cicatrizes superficiais, até porque, muitas das escoriações foram marcadas por decepções, por esfregões de vida no rosto e tapas de sofrimento nas costas que me enfraqueciam até as pernas, a mente, a sanidade. Mas de cada vestígio de estrago que levei, eu soube me erguer, e fazer de todos, aprendizado. Passei a limpo cada lembrança, suguei delas o exsudar de sabedoria que restava. Pus na cabine da minha mente cada erro, fracasso cometido, e tentei, quis com todo furor, melhorar. E hoje, tenho me sentido inteira, não que eu possua tudo aquilo que almejo, mas por não necessitar de nada, nem de outrem para me completar. Queiram ou não saber, de tudo, o que de melhor marcou, é o tal do amor próprio, que realmente faz um bem danado, e não é egoísmo, é amar-se antes, primeiramente, como uma capa, uma camisinha de afeto, o que vem de fora não te aflige, nem comove, você sente, mas presunçosamente se mantém intacta com seu eu. E isso, realmente, é bom pra caramba! "


(Bianca Nunes)

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